A Rua pode ser sinônimo de liberdade,
ou de perigo, por causa da “liberdade”
que a todos oferece. E assim, como me é permitido, também é ao outro. Mãe acolhedora, que a todos
abre suas portas, e sem impor regras, simplesmente acolhe. Castigar não é seu
forte. Deixar à vontade, sim. O uso da
liberdade para correr na imensidão de
seu espaço, a ponto de não encontrar o caminho de volta, não é castigo imposto
pela Rua, mas efeito da liberdade excessiva, que, de tão grande, não cabe
na capacidade de compreender da maioria
das pessoas.
Mãe acolhedora, que ao contrário da
galinha mãe, que junta seus pintinhos em baixo de suas asas, espalha pelos mais diversos pontos de seu território, os que
buscam seu abrigo.
Mas, eu escrevi acima, como título
deste texto Missa na Rua, porque, ao tentar passar por uma Rua, me deparei com
uma barreira de carros e cadeiras que interditavam a passagem. Então resolvi
saber o que estava, ou melhor, o que ia acontecer ali. Ao saber que tratava de
uma celebração eucarística, que havia começado na cidade, como parte da nova
responsabilidade da Igreja, sugerida pelo Papa, não tive outra opção, resolvi
ficar para fazer a matéria, cujo título
eu já visualizava: Missa na rua.
Missa na rua? Ou missas nas ruas. O que pode
significar isso para a Igreja Católica? Maiores
chances e mais motivos para
serem assistidas, e não só pelos fies, mas por alguém que passa por ali, de shorts,
de sandálias simples, sem maquiagens ou sem chamar muito atenção de Alguém.
Sendo uma via pública, a rua
proporciona um bem-estar, como nenhum outro, na Zona Urbana. A Rua, é mesmo um
espetáculo de liberdade. Os que estão
sem norte, também buscam as ruas. Lá eles dormem, além de passarem o tempo todo.
A acolhedora mãe rua, dar abrigo
aos desabrigados e desnorteados, e não exigem
quase nada. Não cobra aluguel e
nem impõe regras. Por elas passam os
desiludidos, e os que anunciam, como passou Jesus Cristo, por muitas da
Galileia, inclusive, naquela, cuja multidão, impedia Zaqueu de ver, o Mestre, levando
seus escolhidos, os seus doze fies seguidores.
E agora, do Papa Francisco, uma
sugestão à Igreja: que vá pelas ruas, em
busca dos seus, desgarrados ou sem tempo para ouvir à mãe, que de tão distante,
já não se assemelha mais aquela...
cuja missão foi dada a Pedro:
“Edifica minha Igreja”, e mais tarde, “apascenta minhas ovelhas”.